A maioria das pessoas vive numa ilusão baseada nas crenças dos outros | Jen Sincero

Até que acordamos. E, espero, é isso que este livro a ajudará a fazer.
Eis como funciona: nós, como humanos, temos uma mente consciente e uma mente subconsciente. Contudo, a maioria das pessoas apenas se apercebe da mente consciente, pois é onde processamos toda a informação. É onde compreendemos as coisas, julgamos, obcecamos, analisamos, criticamos, nos preocupamos por termos as orelhas demasiado grandes, decidimos parar de comer fritos de uma vez por todas, percebemos que 2 + 2 = 4, tentamos lembrar‑nos onde raio deixámos as chaves do carro, etc.
A mente consciente é como um trabalhador incansável, a rodopiar incessantemente de pensamento em pensamento, e só para quando dormimos, retomando a atividade assim que abrimos os olhos. A nossa mente consciente, também conhecida como lobo frontal, só se desenvolve completamente por volta da puberdade.
A mente subconsciente, por outro lado, é a parte não‑analítica do cérebro que está completamente desenvolvida assim que chegamos a este planeta. Tem a ver com sentimentos e instintos e fazer birras estridentes no meio do supermercado. É também onde armazenamos as primeiras informações exteriores que recebemos.

A mente subconsciente acredita em tudo porque não tem filtro, não sabe a diferença entre o que é verdade e o que não é. Se os nossos pais nos dizem que ninguém nesta família sabe ganhar dinheiro, nós acreditamos. Se nos mostram que o casamento é uma pessoa a dar murros na cara da outra, nós acreditamos. Acreditamos quando nos dizem que um tipo gordo de fato vermelho vai descer pela chaminé e trazer‑nos presentes – porque não acreditaríamos no resto das porcarias que nos dizem?
A nossa mente subconsciente é como uma criança pequena que não sabe nada, e não é por coincidência que recebe a maior parte da informação precisamente quando somos crianças pequenas que não sabemos nada (porque os nossos lobos frontais, a parte consciente do cérebro, ainda não estão completamente formados). Recebemos informação através das palavras, sorrisos, sobrolhos franzidos, suspiros, sobrancelhas erguidas, lágrimas, risos, etc., das pessoas que nos rodeiam, sem a mínima capacidade de filtrar esta informação, e fica tudo arquivado na nossa pequena mente subconsciente como “verdade” (também conhecida como as nossas “crenças“), onde vive, descansadinha e sem ser analisada, até nos deitarmos no divã do psicólogo décadas mais tarde ou sermos internados na clínica de reabilitação, outra vez.
Posso garantir que, sempre que pergunta a si própria, entre lágrimas, “Afinal qual é o meu problema?”, a resposta está numa crença subconsciente falsa, limitadora e parva que arrasta consigo sem sequer se aperceber. O que significa que é importantíssimo compreender isto. Vamos então resumir, está bem?
1) A nossa mente subconsciente contém a planta da nossa vida. Dirige o espetáculo com base em informação não filtrada que recolheu quando éramos crianças, também conhecida como as nossas “crenças”.
2) Ignoramos completamente, em grande medida, estas crenças subconscientes que governam a nossa vida.
3) Quando a nossa mente consciente finalmente se desenvolve e se apresenta ao trabalho, por maior e mais esperta e altiva que seja, continua a ser controlada pelas crenças que estão enraizadas na nossa mente subconsciente.