Dois primeiros‑ministros estão sentados numa sala, a discutirem assuntos de Estado. Subitamente, um homem entra de rompante, apoplético de fúria, gritando e batendo com o pé e dando murros na secretária. O primeiro‑ministro residente adverte‑o: “Peter”, diz ele, “faça o favor de se lembrar da regra número 6”, face ao que Peter regressa instantaneamente a uma calma completa, pede desculpa, e retira‑se. Os políticos voltam à sua conversa, sendo interrompidos, ainda mais uma vez, vinte minutos mais tarde, por uma mulher histérica, que gesticula de modo selvagem, com o cabelo a esvoaçar. De novo, a intrusa é saudada com as seguintes palavras: “Marie, faça o favor de se lembrar da regra número 6”. Uma calma completa sobrevém uma vez mais e também ela se retira com uma vénia e um pedido de desculpas. Quando a cena se repete uma terceira vez, o primeiro‑ministro visitante dirige‑se ao colega: “Meu caro amigo, já vi muitas coisas na minha vida, mas nunca nada tão notável como isto. Estaria disposto a partilhar comigo o segredo da regra número 6?” “É muito simples”, responde o primeiro‑ministro residente: “A regra número 6 é ‘Não se leve tão a sério, caraças’.” “Ah”, diz o seu visitante, “essa é uma bela regra”. Após um momento de ponderação, questiona‑o: “E, se me é permitido perguntar, quais são as outras regras?”
“Não há nenhumas.”
BEN: Sou muitas vezes convidado para dar palestras acerca da liderança em vários contextos e, certa vez, contei a história da regra número 6 a um grupo de executivos de uma companhia europeia.
Vários meses mais tarde, ao regressar a essa cidade, passei pela sede e fui convidado para o gabinete do presidente. Aí, fiquei muito surpreendido por ver, sobre a secretária, uma placa virada para a cadeira do presidente, inscrita com as palavras Lembra‑te da regra número 6.
O presidente informou‑me então que havia agora uma placa semelhante sobre as secretárias de todos os gestores da companhia, com a inscrição virada para ambos os lados. Disse‑me que o clima de cooperação e colegialidade que resultara daquele ato simples tinha transformado a cultura empresarial.
A Arte da Possibilidade, Rosamund Stone Zander e Benjamin Zander,
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O presidente informou‑me então que havia agora uma placa semelhante sobre as secretárias de todos os gestores da companhia, com a inscrição virada para ambos os lados. Disse‑me que o clima de cooperação e colegialidade que resultara daquele ato simples tinha transformado a cultura empresarial.
A Arte da Possibilidade, Rosamund Stone Zander e Benjamin Zander,