Não reaja ao mau comportamento; impeça-o | Dra. Christine Carter

Esta é outra sugestão óbvia resultante da pesquisa: um pequeno esforço pode dar frutos durante muito tempo. Num estudo, as mães que incitaram os filhos em idade pré-escolar a “ajudar” nas compras ou dando-lhes alguma coisa para fazer (além de se portarem mal no supermercado) acabaram por ter filhos, adivinhem, que se portavam melhor. Não surpreende que esperar que as crianças se portem mal e depois corrigi-las tenha resultado em miúdos que se comportavam cada vez pior. Esse princípio revela-se verdadeiro ao longo das situações e das várias idades. Mesmo como adultos, quando nos vemos em situações que nos incitam a cair em tentações que não nos beneficiam – exagerar na comida, por exemplo –, saímo-nos melhor quando participamos em algo construtivo do que esperando que o estímulo da tentação nos segrede que saltemos para o abismo. Impedir o mau comportamento nas crianças ou em nós próprios exige autodisciplina, mas, à semelhança de fortificar um músculo, também nos ajuda a construí-la.

Uma maneira menos óbvia de evitar um comportamento indesejável reside em centrar a atenção nos possíveis resultados positivos em vez de impedir o desastre. A pesquisa demonstra que os pais que tentam impedir o mau comportamento relatando possíveis consequências desastrosas (“Jack! Sai já daí! Vais cair e partir o pescoço!” ou “Se não acabares o trabalho de casa, o teste não te correrá bem!”) tendem a ter filhos que são igualmente orientados pela prevenção no seu autocontrolo. Os pais https://www.leyaonline.com/pt/livros/desenvolvimento-pessoal/educar-para-a-felicidade/que têm por hábito centrar-se em resultados positivos, como cumprir objectivos e realizar aspirações (“Jack, anda cá. Daqui podes subir mais alto!” ou “Acaba o teu trabalho de casa para te saíres bem no teste!”), tendem a ter filhos com uma força de vontade focada na promoção; regulam o seu comportamento mais para atingir os seus objectivos do que para impedir que qualquer coisa de mal aconteça. Para tal, acentue que os seus filhos podem fazer com que se dêem coisas boas em vez de estar sempre a tentar evitar que aconteçam coisas más.