Como Homo sapiens, somos praticamente iguais a todos os seres humanos que já caminharam sobre a Terra. E a natureza foi‑nos modelando como espécie, ao longo de milhares de gerações. Nos últimos cerca de 2,6 milhões de anos, a nossa alimentação consistia em animais selvagens e frutos e legumes da época. Hoje em dia, a alimentação da maioria das pessoas centra‑se em cereais e hidratos de carbono – muitos dos quais contêm glúten que destrói os intestinos e danifica o microbioma, com implicações para o cérebro.
Mesmo afastando o fator do glúten, os cereais e hidratos de carbono em excesso são prejudiciais porque fazem disparar a glicemia como nenhum outro alimento – nem a carne vermelha e branca, nem o peixe, nem os legumes. Já expliquei as consequências do excesso de glicemia no organismo e no equilíbrio das bactérias intestinais. Quanto mais açúcares consumirmos – incluindo os artificiais – mais deterioramos o nosso microbioma.
Do ponto de vista estritamente tecnológico, já percorremos um longo caminho, desde o Paleolítico,
mas milhões de pessoas ainda sofrem desnecessariamente e lutam contra problemas de saúde. Não podemos aceitar que as doenças evitáveis e não transmissíveis provoquem mais mortes, a nível mundial, do que todas as outras doenças combinadas. Como pode isso ser possível? Vivemos mais do que as gerações anteriores, mas não necessariamente melhor. Falhámos na prevenção e cura de doenças a que somos suscetíveis em idades mais avançadas. Não conheço ninguém que deseje viver até aos cem anos, se tiver de passar os últimos vinte a sofrer.
Do ponto de vista estritamente tecnológico, já percorremos um longo caminho, desde o Paleolítico,
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