Erro n.o 42 - Recusar Regalias Inerentes à Função Que Exerce | Dra. Lois P. Frankel

Toni foi promovida a um cargo de direcção. À semelhança do que acontece em muitas outras, a empresa onde trabalhava atribuía aos colaboradores um gabinete correspondente ao nível ocupado na hierarquia. Assim, os que se encontravam na base da escala hierárquica tinham direito a um pequeníssimo compartimento interior; os do escalão acima já beneficiavam de um gabinete com janela; os seguintes, de um espaço com o dobro do tamanho dos anteriores e, no topo da hierarquia, tinham finalmente acesso a um gabinete de canto com porta, mobiliário de mogno e alcatifa, cuja cor variava consoante o cargo ocupado. (Quando trabalhei na empresa America, costumava dizer que queria ser promovida para uma porta.) Toni teve direito a um gabinete com janela (e porta) e mobiliário de um material a imitar o mogno. Quando chegou a altura de deixar o velho (um cubículo com janela), recusou, com o argumento de que a mudança implicaria custos desnecessários e aborrecimentos. Erro crasso!

Nancy passou por uma situação semelhante. Como fora promovida, teve direito a outro gabinete, devidamente mobilado, a um computador portátil e demais regalias. Ficou à espera de luz verdepara se mudar para o novo espaço, mas, como as semanas passavam sem que nada acontecesse, foi procurar o chefe, que a informou de que tinha contratado recentemente um novo quadro (um homem,
como a leitora já terá adivinhado) e que precisaria do gabinete que lhe estava destinado. Em vez de fazer ondas, Nancy continuou a ocupar o velho espaço, feliz por, pelo menos, ter sido promovida. Outro erro crasso!

DICAS
> Não aceite uma regalia só por a querer ou estar convencida de que a merece. Aceite -a pelo impacto que ela produz na opinião dos outros a seu respeito e na imagem que faz de si própria.
> Quando se “esquecerem”, digamos assim, de lhe conceder uma regalia que lhe é devida, chame a atenção dos seus superiores. Poderá, de facto, tratar -se de um esquecimento… a menos que não contassem com a reclamação, já que é essa a atitude da maioria das mulheres.
> Sempre que não lhe concederem as regalias condicentes com o seu estatuto dentro da empresa, pergunte quais são as razões. No mínimo, exija que lhe digam sem rodeios por que não lhe deram https://www.leyaonline.com/pt/livros/ciencias-sociais-e-humanas/gestao/as-boas-raparigas-nao-sobem-na-vida/aquilo a que tinha direito.
> Se sentir que o que lhe fizeram foi uma desconsideração e estiver disposta a arcar com as consequências do seu acto, leve o assunto à administração. Exponha a situação, preto no branco, sem recriminar nem acusar ninguém. O pior que lhe poderá acontecer é ouvir um não; depois, cabe -lhe decidir se quer prosseguir ou deixar o assunto morrer ali.
> Sempre que for promovida, informe -se sobre as prerrogativas associadas à promoção. É frequente a informação não fluir automaticamente ou chegar atrasada.