Não será simplesmente importante, mas fundamental. Quando uma criança pode mentir, mesmo com a certeza de que “as mães têm um dedo que adivinha” (tão próximo do de ET, aliás), fazem-no com a certeza de como é benigna a separação que o pensamento pelas suas cabeças representa. Quem nos preocupa não serão as crianças que mentem aos pais, mas as que mentem muito (talvez para perceberem quem é capaz de acreditar nelas) e as que nunca podem mentir. Guardam – como nós – alguns pedaços de verdade, a que chamam segredos, e reservam-nos para quem mereça maior qualidade na sua confiança. Mentir é, também, poder guardar segredo. Já não poder mentir será, por ironia, não ser capaz de confiar.
Mas os pais também mentem (nem que, talvez para se desculpabilizarem, tenham de inventar um “dia
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