“Não compreendo”, exclamou Madeline. “O meu corpo mudou quando engravidei e nunca mais foi o mesmo.”
Madeline engordara 23 quilos na primeira gravidez e há 10 anos que tentava perdê‑los. Com exercício físico intensivo e dieta, tinha emagrecido cinco quilos, mas ainda estava a 18 quilos do seu objetivo.
Madeline engordara 23 quilos na primeira gravidez e há 10 anos que tentava perdê‑los. Com exercício físico intensivo e dieta, tinha emagrecido cinco quilos, mas ainda estava a 18 quilos do seu objetivo.
Quando Madeline veio à minha consulta, referiu infeções pulmonares recorrentes e cansaço como os motivos que a tinham trazido ao meu consultório. Quando começámos a conversar, a frustração que sentia com o peso depressa fez desse assunto o tópico principal.
Tinha crescido em Mineápolis, fora sempre magra e mantinha‑se em boa forma física, embora tivesse sofrido de alergias ao pólen e ao pó desde pequena e se constipasse com frequência. Durante a adolescência começou a sofrer de obstipação e de dores abdominais e disseram‑lhe que tinha um intestino irritável. Foi aconselhada a deixar de comer carne e aumentar a fibra alimentar com cereais integrais. A obstipação melhorou.
Tinha vinte e poucos anos quando se casou com o namorado de liceu, Brad, que arranjara um emprego novo em Atlanta. Ela demitiu‑se do seu emprego por causa da mudança e engordou os primeiros quatro quilos a cozinhar para o marido todos os dias. Correra a vida inteira, e era uma das maneiras de se manter em forma, mas a longa estação de polinização em Atlanta deixava‑lhe o nariz a pingar e com comichão sempre que ia correr entre março e novembro. Um anti‑histamínico forte resolveu esse problema.
Duas gravidezes deram‑lhe dois filhos saudáveis, mas deixaram‑na com mais 23 quilos e a sofrer de azia diariamente. Apesar de começar a fazer uma alimentação vegetariana, o peso recusava‑se a descer.
Quando deixou de amamentar os filhos, Madeline recomeçou a tomar anti‑histamínicos durante oito meses por ano. O médico acrescentou‑lhe um segundo medicamento, desta vez para a azia. O medicamento era um inibidor da bomba de protões, ou IBP, que alivia a azia através da supressão da produção de ácido gástrico. Este medicamento deu origem a outro sintoma, inchaço abdominal, que fez Madeline sentir‑se ainda pior em relação aos quilos que engordara.
A doença que a trouxe ao meu consultório foi a pneumonia. Tivera duas pneumonias em dois anos, sempre a seguir a uma constipação, que respondiam depressa aos antibióticos. Eu tinha ajudado uma amiga sua a curar‑se de uma pneumonia, por isso, quando Brad veio a Nova Iorque numa viagem de negócios, ela acompanhou‑o e vieram ambos à consulta.
“O seu problema de peso não tem apenas uma causa”, expliquei. “Há um círculo vicioso em que o peso aumenta as alergias e a alergia aumenta o peso corporal, e os medicamentos que lhe foram receitados pioram a situação.
O seu problema não é raro. Já me deparei com ele muitas vezes.” Brad trabalhava para uma firma de biotecnologia e era licenciado em química. “Eu já tinha pensado que podia ser uma coisa do género”, disse. “Mas nenhum médico pensou no problema dessa forma.” Perguntou‑me quais eram as provas.