Definir a minha vida de sonho e adaptar o meu trabalho a ela | Joana Areias

Somos ensinados desde cedo, e nunca paramos para pensar de outra forma, a adaptar a nossa vida ao trabalho que temos. É o que a maioria de nós faz. Se o trabalho acaba às 18h, a nossa vida recomeça a partir daí. Se o trabalho é de segunda a sexta, temos de esperar pelo fim de semana para poder almoçar com um amigo ou brincar com os filhos no parque. Se tenho determinadas coisas a cumprir, tenho de arranjar alguém para tomar conta dos miúdos enquanto não chego a casa. E assim por diante.

A ideia está de tal modo enraizada na nossa cultura que nem sequer colocamos a hipótese de ser de outra maneira. A proposta que lhe faço é que pense exatamente ao contrário. Primeiro esclareça como gostaria que fosse a sua vida de sonho – e só depois é que pensará em como adaptar o seu trabalho a ela. Isto, não só é possível, como pode alterar completamente a sua perceção atual do que deve ser a sua realidade profissional.
Há uns tempos fui a uma festa de anos de uma grande amiga, numa terça-feira à noite. A casa estava cheia de gente feliz por poder celebrar o aniversário dela. A certa altura a aniversariante disse-me que apenas tinha faltado um casal de amigos, porque no dia seguinte tinham de trabalhar.
A frase que ela me disse foi: “Tinha-me esquecido que há pessoas que têm empregos. Nem sequer me ocorreu que fazer a festa numa terça-feira seria um impedimento para alguém.” Depois de olhar à volta, percebi que todas as pessoas que estavam presentes trabalhavam por conta própria. Como geriam os seus próprios horários podiam, por isso, ir a uma festa pela noite fora, num dia de semana. Não estou a dizer que todos os presentes na festa eram grandes empresários de sucesso, muitos eram simplesmente trabalhadores independentes.
Esta minha amiga desenvolveu um novo paradigma relativamente àquilo que a realidade profissional tem de ser. Tanto que até se esqueceu que ainda havia pessoas “com emprego”.
O que lhe quero dizer é que não há certo nem errado. Apenas terá de perceber que não está preso a uma inevitabilidade qualquer que lhe foi imposta. Pode criar a sua própria realidade.
Tem apenas de ter muito claro aquilo que quer que seja a sua vida. Tudo tem vantagens e desvantagens. Pode ser que prefira ser como as pessoas desta festa e trabalhar por conta própria. Definir os seus horários e os seus objetivos. Ser independente mas, nesse caso, não ter acesso a subsídios de natal nem férias pagas e só faturar quando trabalha. Pode ser que prefira trabalhar como o casal que não pôde ir à festa. Ser trabalhador por conta de outrem e ter mais segurança a vários níveis. Se ficar doente, continuará a receber o seu ordenado.
Se for de férias, recebe na mesma. Se a empresa fechar, tem acesso a algum tipo de apoio.
https://www.leyaonline.com/pt/livros/desenvolvimento-pessoal/tu-consegues/No entanto, não tem a liberdade de escolher os seus horários, as suas funções e tudo o que diz respeito às decisões sobre o projeto.
Escolha a realidade que melhor se enquadra naquilo que precisa para estar bem. A partir daí, todas as decisões que tomar relativamente a esse trabalho devem ser intransigentemente alinhadas com essa vida de sonho. Vou dar-lhe vários exemplos disto mais à frente mas, por agora, vou sugerir-lhe um exercício para ilustrar ainda melhor aquilo que lhe quero dizer.