Erro n.o 3 - Matar-se a Trabalhar | Dra. Lois P. Frankel

Há um dito que reza: As mulheres têm de trabalhar o dobro dos homens para lhes ser reconhecida metade do valor. Daí que sejam uma espécie de formiguinhas – trabalham, trabalham, trabalham. Queixam-se de que trabalham mais do que todos os outros, e estão cobertas de razão! A ideia de que as pessoas progridem trabalhando afincadamente é um mito. A verdade é que nunca ninguém foi promovido pelo simples facto de trabalhar muito. O sentido da responsabilidade, o pensamento estratégico, o saber trabalhar em equipa são alguns dos outros factores que contribuem para uma carreira de sucesso.


Espera-se que cada um assuma uma justa quota-parte de esforço, mas isso não significa apenas trabalhar muito. Por vezes, tenho a impressão de que as mulheres o fazem porque lhes é mais fácil concentrar-se naquilo em que são boas do que adoptar comportamentos que lhes são estranhos. Uma mulher queixou-se-me de que todas as segundas -feiras, durante a época futebolística, os tipos com quem trabalhava passavam a primeira hora do dia a falar sobre os jogos da véspera com o patrão.

“Que perda de tempo! Eu a trabalhar que nem uma louca e eles a falar de futebol!”, lamentava -se ela. O que mais a incomodava era o facto de alguns dos fulanos serem depois nomeados para cargos de alta responsabilidade.
Enquanto, para as mulheres, fazer qualquer outra coisa que não seja concentrarem-se na tarefa que têm em mãos entre as nove da manhã e as cinco da tarde significa “deitar o dinheiro da empresa à rua”, os homens sabem que, enquanto falam de futebol ou dos resultados do golfe no fim-de -semana, estão a construir relações que mais tarde lhes serão úteis. No caso concreto aqui referido, os laços que os colegas estabeleciam com o chefe proporcionam -lhe um melhor conhecimento dos membros da sua equipa. Daí que, quando surgiam oportunidades de expansão, ele os fosse buscar, pois era com eles que a familiaridade era maior e se sentia mais à vontade.
E aqui reside um dos segredos mais bem guardados do mundo empresarial. As pessoas não são https://www.leyaonline.com/pt/livros/ciencias-sociais-e-humanas/gestao/as-boas-raparigas-nao-sobem-na-vida/contratadas nem promovidas pelas suas qualidades de trabalho, mas também pelo facto de quem decide lhes conhecer o carácter e confiar na sua capacidade profissional e relacional para levar a tarefa por diante.
Ao continuar sem tirar o nariz do trabalho, a mulher estava a agir, de facto, de modo contraproducente, abandonando à partida as armas que lhe permitiriam satisfazer o seu maior desejo – um trabalho motivador e a oportunidade de mostrar que era capaz de fazer mais.