Há um dito que reza: As mulheres têm de trabalhar o dobro dos homens para lhes ser reconhecida metade do valor. Daí que sejam uma espécie de formiguinhas – trabalham, trabalham, trabalham. Queixam-se de que trabalham mais do que todos os outros, e estão cobertas de razão! A ideia de que as pessoas progridem trabalhando afincadamente é um mito. A verdade é que nunca ninguém foi promovido pelo simples facto de trabalhar muito. O sentido da responsabilidade, o pensamento estratégico, o saber trabalhar em equipa são alguns dos outros factores que contribuem para uma carreira de sucesso.
Espera-se que cada um assuma uma justa quota-parte de esforço, mas isso não significa apenas trabalhar muito. Por vezes, tenho a impressão de que as mulheres o fazem porque lhes é mais fácil concentrar-se naquilo em que são boas do que adoptar comportamentos que lhes são estranhos. Uma mulher queixou-se-me de que todas as segundas -feiras, durante a época futebolística, os tipos com quem trabalhava passavam a primeira hora do dia a falar sobre os jogos da véspera com o patrão.
“Que perda de tempo! Eu a trabalhar que nem uma louca e eles a falar de futebol!”, lamentava -se ela. O que mais a incomodava era o facto de alguns dos fulanos serem depois nomeados para cargos de alta responsabilidade.
Enquanto, para as mulheres, fazer qualquer outra coisa que não seja concentrarem-se na tarefa que têm em mãos entre as nove da manhã e as cinco da tarde significa “deitar o dinheiro da empresa à rua”, os homens sabem que, enquanto falam de futebol ou dos resultados do golfe no fim-de -semana, estão a construir relações que mais tarde lhes serão úteis. No caso concreto aqui referido, os laços que os colegas estabeleciam com o chefe proporcionam -lhe um melhor conhecimento dos membros da sua equipa. Daí que, quando surgiam oportunidades de expansão, ele os fosse buscar, pois era com eles que a familiaridade era maior e se sentia mais à vontade.
E aqui reside um dos segredos mais bem guardados do mundo empresarial. As pessoas não são contratadas nem promovidas pelas suas qualidades de trabalho, mas também pelo facto de quem decide lhes conhecer o carácter e confiar na sua capacidade profissional e relacional para levar a tarefa por diante.
Ao continuar sem tirar o nariz do trabalho, a mulher estava a agir, de facto, de modo contraproducente, abandonando à partida as armas que lhe permitiriam satisfazer o seu maior desejo – um trabalho motivador e a oportunidade de mostrar que era capaz de fazer mais.