Erro n.o 9 - Manter-se à margem das manobras | Dra. Lois P. Frankel

Não encare a teia de relações e manobras instituída na empresa como um bicho-de-sete-cabeças. A tentativa de evitar os grupos de interesses constituídos e as formas de relacionamento implantadas é o mesmo que procurar evitar o tempo que faz lá fora: goste-se ou não, é assim e ponto final. Seja no local de trabalho, no governo ou nas organizações profissionais, essa trama determina o nosso modo de agir. Se nos alhearmos dela, ficaremos fora do jogo e, como tal, nunca poderemos ganhar.


A questão resume-se, tão-só, a uma rede de relações e à capacidade de compreender o “toma lá, dá cá” – ou princípio da reciprocidade – inerente a qualquer relação. Tal como em São Bento, também no local de trabalho as carreiras se fazem e desfazem ao sabor das relações que se estabelecem. E, quando uma relação lhe fizer falta, já é tarde para a construir. Uma rede de relações cultiva-se ao longo do tempo e com todo o tipo de parceiros.
Uma relação no local de trabalho – seja com o chefe ou com os colegas – será frutífera se soubermos definir com clareza o que temos para oferecer e o que precisamos ou pretendemos do outro.
No fundo, trata-se de uma situação recorrente, ainda que não se lhe dê um nome específico. Pense na relação que mantém com a sua melhor amiga: pode precisar dela para se aconselhar, apenas para lhe fazer companhia ou como parceira para um jogo de ténis ou um leque variado de outras coisas. Se ela https://www.leyaonline.com/pt/livros/ciencias-sociais-e-humanas/gestao/as-boas-raparigas-nao-sobem-na-vida/corresponder às suas expectativas, também a probabilidade de a leitora estar disponível para o que ela quiser ou precisar de si é maior. Apesar de poder dar-se o caso de nunca ser mencionado, o “toma lá, dá cá” é um factor implícito na relação. Ora, numa empresa passa-se o mesmo. Ao esforçar-se por satisfazer os interesses de alguém ou por lhe proporcionar aquilo de que necessita, a leitora terá conquistado “fichas de jogo”, que mais tarde poderá usar como moeda de troca quando chegar a sua vez de precisar de um favor.