A gravidez não é o céu! - Eduardo Sá

11. Os bebés não são todos lindos de morrer. Às vezes, são vermelhuscos. Às vezes rabugentos e, à primeira vista, pouco dados. E os pais, porque os amam, sentem‑se muitas vezes obrigados a não pôr em dúvida a sua beleza quando, lá no fundo, percebem que “quem feio ama bonito lhe parece”. Mas se for bonito... ajuda.


12. Um bebé cansa que se farta. Aliás, como pode uma mãe  ser bucólica e bondosa dormindo em suaves prestações de duas horas? E como pode ter uma atenção flutuante enquanto está exausta, ao mesmo tempo? E como pode amar o mundo quando o pai do bebé se distrai em relação a ela, e uma https://www.leyaonline.com/pt/livros/familia/querida-mae/das avós, enquanto a repreende, dá banho ao bebé e lhe “põe legendas”, muito melhor? E como pode ser mãe quando, por mais que ela o ame, aquela “prisão domiciliária” nem sempre lhe sabe ao melhor do mundo? E quando, por mais que haja quem fale de “férias de parto”, ela se sente com saudades do trabalho? E por mais que esteja feliz, quando sente uma tristezazinha que lhe arranha o coração, e quase nunca se resolve?
13. Uma gravidez pode não ser, todos os dias, o melhor do mundo. Mas vivê‑la com verdade ajuda a tornar‑nos melhores. Como pessoas e como pais. Para lá de sempre.