Muitas vezes, receosas de que nos acusem de agressivas ou arrogantes, não dizemos certas coisas que teríamos toda a legitimidade para dizer. Quantas vezes a leitora não se absteve de fazer um comentário e viu depois um colega seu ser aplaudido por expressar exactamente aquilo em que pensara? Tenha sempre presente que, quando acusam de arrogância, o objectivo é silenciá-la. Trata -se de um subterfúgio destinado a fazê-la sentir -se mal por ter um ponto de vista diferente sobre determinado assunto. Ao calar-se, estará a contribuir para ficar frustrada e a dar de si a imagem de alguém incapaz de ter a sua própria opinião e de a expressar.
Veja-se o caso de Marilyn, por exemplo, que andou enredada numa guerra de e-mails com um colega conhecido por ser “impenetrável” – e que o era, de facto, pois passava a vida a apontar o dedo aos outros. Durante um certo período, Marilyn passava a maior parte do tempo a tentar acalmá-lo, para não ser censurada, mas ele acabou por se virar para ela. Quando lhe perguntei por que não se limitara a explicar ao colega que de nada adiantava atirar-lhe as culpas e que, em vez disso, deveriam concentrar -se no problema, Marilyn respondeu -me que quisera evitar lançar mais achas para a fogueira. Sugeri-lhe que, quando ele voltasse a apontar -lhe o dedo, o levasse a discutir a solução. Poderia dizer -lhe qualquer coisa assim: “As recriminações não nos vão levar a lado nenhum, Joe. O que temos a fazer é encontrar uma solução para o problema de comunicação entre os nossos departamentos.” Mesmo que ele respondesse: “Não estou a recriminar, mas apenas a procurar a causa do problema”, ela, sem sair da sua, poderia retorquir: “Seja como dizes. Estou pronta para passar à fase da solução.”
A título de curiosidade, esclareça se que Marilyn tem 50 anos, é italiana, oriunda de uma família tradicional de Brooklyn, e casada com um homem bastante mais velho. Ao aprofundarmos os motivos que a impediam de ser ela a apresentar a solução, tornou-se claro que o processo tradicional de socialização a que fora sujeita a levava a assumir uma atitude passiva, de obediência, perante homens do tipo “machista”. Disse -lhe que o jogo, ali, era: Em Roma, sê romano. Por outras palavras: em casa, com o marido ou com o pai, até poderia ser conveniente não “fazer ondas”, por ser essa a regra instituída no seio da família, mas no trabalho o assunto mudava de figura.
A título de curiosidade, esclareça se que Marilyn tem 50 anos, é italiana, oriunda de uma família tradicional de Brooklyn, e casada com um homem bastante mais velho. Ao aprofundarmos os motivos que a impediam de ser ela a apresentar a solução, tornou-se claro que o processo tradicional de socialização a que fora sujeita a levava a assumir uma atitude passiva, de obediência, perante homens do tipo “machista”. Disse -lhe que o jogo, ali, era: Em Roma, sê romano. Por outras palavras: em casa, com o marido ou com o pai, até poderia ser conveniente não “fazer ondas”, por ser essa a regra instituída no seio da família, mas no trabalho o assunto mudava de figura.